DISCLAIMER
Este blog não tem pretenções literárias. Todos os textos postados aqui são produto de uma mente um tanto inquieta e, como tal, em constante busca de respostas para as inúmeras perguntas que teimam em surgir sem serem convidadas. Leitores que caírem, propositalmente ou não, nesta toca devem, portanto, abster-se de julgamentos de valor e tentar ler esses pequenos posts sem preconceitos...


sábado, 13 de setembro de 2008

Mensagem para quem não me lê

Pergunta-se sempre aos escritores e àqueles que querem sê-lo por que eles escrevem. Mas poucas vezes se pergunta para quem escrevem. Eu mesma me faço sempre essa pergunta. Mais do que saber por que escrevo, pergunta para a qual ainda não tenho resposta e portanto me parece inútil, quero saber para quem. Mas, uma vez feita a pergunta, percebo que também para ela não tenho resposta. E que para respondê-la tenho que saber a resposta da primeira. Ou seja, estou de volta à estaca zero.
Mas, em algumas ocasiões, como hoje, sei que quero escrever para pessoas que, infelizmente, não lêem este blog. Consigo pensar em pelo menos duas delas. E o que diria a essas pessoas, se fossem minhas leitoras?
À primeira, eu diria: se você lesse este texto, saberia quanto mal me fez. Saberia o quanto eu lutei comigo mesma e o quanto "discuti com Deus", nas palavras do Chico, por sua causa. Como você virou minha vida de cabeça pra baixo, e as coisas todas caíram à minha volta e nunca mais voltaram pro lugar exatamente onde estavam antes. Nunca mais vão voltar.
À segunda, eu diria simplesmente: se você lesse este texto, não entenderia nada. E isso é muito triste para mim.
E, às poucas pessoas que vão ler este texto, eu digo: obrigada por serem minhas cúmplices. Obrigada, por me darem a certeza de que isso que sinto quando escrevo este texto não ficará só ecoando dentro de mim, para sempre sem retorno. E porque, graças a vocês, pelo menos por hoje consegui achar a resposta de por que escrevo.

9 comentários:

Anônimo disse...

Dulce, existe um livro fantástico que debate estas e outras questões. Depois que começar a lê-lo não soltará mais.
"A Louca da Casa" da escritora espanhola Rosa Montero.
É literalmente uma delícia de livro.
Está esgotado, mas nos melhores sebos de Sampa você poderá encontrar um exemplar salvador.
Abraços!!!

Marcia Paula disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Anônimo disse...

Dulce,

Removi o comentário por que cometi um erro.Retomando: creio que escrever é sempre uma necessidade subjetiva.Não é fácil encontrar pessoas que fazem uma releitura correta e produtiva.Viva o momento da sua escrita,sem se preocupar com os resto.Beijos.

Claudia disse...

Oi, Dulce,
Forte esse texto. Fiquei tentando saber qual dessas pessoas eu sou. Felizmente, para você e para mim, sou sua leitora. O lado bom dos nossos fantasmas é esse, criam bons textos.
Um beijão,
Clau*

Sady Folch disse...

Cara escritora, seu texto não mais ecoa apenas dentro de você, ele hoje faz parte desta blogosfera.
Seu cúmplice

Dulce Spinelli disse...

Obrigada pelos comentários, amigos escritores!! Agora realmente tenho a certeza de que não escrevo à toa.
Beijos!!

Vladimir Golombek disse...

às vezes é estranho como textos chegam aos olhos de desconhecidos que ficam vagando pelos blogues para se distrair de uma tradução (como eu)... li seu texto que tocou em algo que não veio à tona há um bom tempo... valeu o passeio por hoje...

-- disse...

ni te imaginas cuanto sentido tiene para mi lo que escribes...

Fátima Loup disse...

Acho que se escreve para não enlouquecer. Como diria o Ferreira Gular, a arte existe porque a vida não basta.