As aventuras de uma aprendiz de si mesma em busca de seu próprio País das Maravilhas
DISCLAIMER
Este blog não tem pretenções literárias. Todos os textos postados aqui são produto de uma mente um tanto inquieta e, como tal, em constante busca de respostas para as inúmeras perguntas que teimam em surgir sem serem convidadas. Leitores que caírem, propositalmente ou não, nesta toca devem, portanto, abster-se de julgamentos de valor e tentar ler esses pequenos posts sem preconceitos...
Este blog não tem pretenções literárias. Todos os textos postados aqui são produto de uma mente um tanto inquieta e, como tal, em constante busca de respostas para as inúmeras perguntas que teimam em surgir sem serem convidadas. Leitores que caírem, propositalmente ou não, nesta toca devem, portanto, abster-se de julgamentos de valor e tentar ler esses pequenos posts sem preconceitos...
sábado, 10 de maio de 2008
OS DOIS LADOS DA CORTINA
Ela entrou no seu novo quarto, na sua nova casa, e percebeu que todas as paredes eram de vidro. Que estranho, pensou, quem faz um quarto assim, todinho de vidro, escancarado pra rua, deixando entrever tudo o que se passa lá dentro? Tudo bem que a vista era bonita, e a claridade, maravilhosa: mas, ela se perguntou, será que eu quero que todos possam me ver enquanto faço as coisas que faço no meu quarto? Não, concluiu, é melhor colocar cortinas. Mas quando olhou melhor, viu que o quarto já tinha cortinas, que corriam por toda a extensão das paredes de vidro. Ela puxou um lado, depois puxou o outro. Quando os dois lados se encontraram no meio, ela, surpresa, viu que os padrões não combinavam, eram duas estampas totalmente diferentes! Nossa, pensou, mais uma coisa bizarra nesta casa... será que quem morava aqui fez isso de propósito? Eram padrões bem distintos, nem ao menos combinavam entre si... seu primeiro impulso foi tirar as cortinas, mudá-las por outras que tivessem o mesmo padrão; quanto mais olhava para suas cortinas disparatadas, no entanto, mais achava que aquilo até que era interessante... os dois padrões, embora distintos, pareciam complementar-se. E, afinal, ela não era uma pessoa convencional, nunca havia gostado de seguir regras, sempre fora assim, meio rebelde... é, pensou, acho que estou até gostando disto; quem disse que as coisas têm de ser certinhas, bem-definidas, padronizadas? Por que minha cortina não pode ter dois lados diferentes? Finalmente concluiu que sim, que podia, que ela não precisava ser ou uma coisa, ou outra... E assim fez as pazes com os dois lados de suas novas cortinas e de sua nova vida.
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9 comentários:
Os dois lados da cortina; os dois lados da vida; os dois aspectos de mim mesmo. Quem sou eu afinal qual dos dois lados da cortina? O médico ou o monstro? Cmo ambos convivem, façamos com que o médico prevaleça semepre em nossas vidas
Dulce, adorei a charge com o Cony. "O inferno de Dulce", não vejo título melhor!
Gabriel Perissé
www.perisse.com.br
Nossa, Dulce-Alice! Você tem certeza de que só começou a escrever agora, depois que começou o curso! Seu texto está maravilhoso, de verdade! Do início ao fim colocam as idéias com um certo charme envolvente.
Gostei muito, mas... não vai contar para a gente como eram os padrões? Hum, melhor não. Deixe os leitores imaginarem seus próprios padrões internos complementares.
;-)
Beijos e já sou fã de seus textos! Cris.
Seu texto me descortinou.
Noite e Dia
Café com leite
Pão com manteiga
Preto e Branco
Ilusão e Desilusão
Amor e Ódio
Primavera e Outono
Verão e Inverno
Agua e Fogo
Homem e Mulher
Vida e Morte
E porque não renascer das diferenças?
Adorei seu texto. Mostra tudo isso e muito mais!
Beijos
Libélula.
Depois da pista eu entendi muita coisa, acho que viajei numas coisas, mas acho que te entendi :) Depois te falo o que pensei.
Gostei do seu texto.
Gostei muito, do medo de se expor e depois, do despojamento, do "às favas com o que pensam sobre mim!" da sua personagem. Maravilhosa, forte, personagem inspiradora! Parabéns!
Olga.
Taí, excelente provocação!
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