DISCLAIMER
Este blog não tem pretenções literárias. Todos os textos postados aqui são produto de uma mente um tanto inquieta e, como tal, em constante busca de respostas para as inúmeras perguntas que teimam em surgir sem serem convidadas. Leitores que caírem, propositalmente ou não, nesta toca devem, portanto, abster-se de julgamentos de valor e tentar ler esses pequenos posts sem preconceitos...


sábado, 10 de maio de 2008

O INFERNO DE DULCE

O inferno de Dulce não tem fogo, mas é quente, às vezes sufocante. Outras vezes, é gelado. Não tem diabinhos com tridentes, mas tem clientes estressadíssimos, para os quais tudo é sempre “urgente”. No lugar das chibatadas, críticas impiedosas à qualidade do trabalho, nunca à altura de suas exigências afiadíssimas. Curiosamente, seu próprio trabalho, os textos originais, são muitas vezes incompreensíveis. E os clichês, então, demônios que nem o melhor dos exorcismos conseguiria expulsar??? Os campeões, “pérolas” que nos perseguem em praticamente todos os textos:
Competitividade
Agilidade
Pensamento estratégico
Pulverização
Capilaridade

E o líder de todos, verdadeiro Satanás dos clichês corporativos, conceito sem o qual aparentemente nenhuma empresa brasileira sobreviveria mais que um mês:
DIFERENCIAL
Traduzir alguns desses termos também é parte essencial do inferno de Dulce. Embora alguns tenham sido adotados do próprio inglês, outros diabinhos são bem brasileiros, como, por exemplo, “agilidade”. Não se usa “agility” em inglês, pelo menos nesse sentido... e que dizer de “capilarização”??? Faz até parecer que, em vez de grandes empresas, nossos clientes são fábricas de shampoo!!
No inferno de Dulce, os trabalhos ainda não são infinitos. Mas, se a “filosofia” (estranhíssimo chamar isso de filosofia!) das empresas seguir no caminho em que está, não tardará muito para que isso aconteça.
Amigos leitores, perdoem meu desabafo, mas, afinal, blogs também são para isso!

3 comentários:

João Cunha disse...

Até onde meu limite me leva?
Levada, sempre fui...

Conduzida pelo contorcer das faces,
Língua muda, para mim,
desconfio, assim, do que me falam!

E quem me escuta não se fia,
que observo atentamente
o apertar de seus olhos,
arrancando-lhes cada semente,
direções...

Vou sentindo pelo ondular
o destino de cada som.
Atinando, enfim... outra vez:
Ah, era isto que se dizia!!!

... e que belo palavrear
... e como me é bom, com versar.


João F. A. Cunha

THMBdoN disse...

Dulce, adorei o seu post! Acabei por reativar o meu blog, e o primeiro texto é inspirado, em parte, em você.
Dê uma olhadinha: http://livla.blogspot.com/

Beijos.

Cris disse...

Parabéns Dulce-Alice! Seu blog está fazendo tanto sucesso que até está inspirando outras pessoas! Também não se podia esperar outra coisa vinda de uma toca de coelho, não é mesmo: proliferação em massa ! rsrsrs.

Um belo tema escolhido desta vez! O problema de 9 em cada 10 empregados brasileiros: falta de chefes realmente preparados para a função de gestão, capazes de equilibrar as expectativas do cliente com as condições de trabalho dos "empregados". Pior é quando estes chefes te passam os trabalhos infinitos que, infelizmente, existem sim. E tem duas letras: HC! SOCORROOOO!!!! ;-)

Mas vamos aproveitar a inspiração de seu post e usar o feitiço contra o feiticeiro, ou melhor, "já que estamos no inferno, vamos abraçar o capeta"! Na próxima terça-feira, dia 13 de maio, no qual supostamente se comemora o dia da abolição da escravatura, todos juntos, cantando nosso hino (Lêrê, lêrê, lêrêrêrêrêrê; lêrê, lêrê, lêrêrêrêrêrê!) a uma só voz, vamos "capilarizar" nossas ações e fazer uma "pulverização" dos clientes estressados, promovendo sobre suas cabeças uma "massificação" de clichês! :-D

"Força na peruca" para aturar os trabalhos! Beijos, Cris.

P.S.: E para quem quiser ir treinando o hino para terça-feira: http://www.youtube.com/watch?v=FQUlgBI9qew