DISCLAIMER
Este blog não tem pretenções literárias. Todos os textos postados aqui são produto de uma mente um tanto inquieta e, como tal, em constante busca de respostas para as inúmeras perguntas que teimam em surgir sem serem convidadas. Leitores que caírem, propositalmente ou não, nesta toca devem, portanto, abster-se de julgamentos de valor e tentar ler esses pequenos posts sem preconceitos...


segunda-feira, 10 de setembro de 2012

Corações Frios

 

“Why can’t I free your doubtful mind and melt your cold, cold heart?”




Nessa canção, Norah Jones fala da dificuldade de ganhar a confiança do homem que ela ama e derreter um coração esfriado por uma desilusão amorosa. Em certa parte da música ela diz que “um amor antigo deixou seu coração frio e triste, e agora o meu coração está pagando por algo que não fiz...”
Acho que é meio inevitável que, à medida que o tempo passa, as marcas das desilusões e rejeições de amores passados acabem ficando mais difíceis de apagar; quando somos jovens, as paixões vêm e vão com mais facilidade, as eventuais rejeições doem, é claro, mas nossas mentes e nossos corações sedentos de experiências novas logo estão prontos para outra paixão, outra desilusão... De certa forma, essas experiências da nossa juventude, mesmo as não tão felizes, acabam nos ajudando a amadurecer e a saber o que estamos buscando em uma relação a dois.

Com o tempo, no entanto, essa realidade muda... Já não temos mais a plasticidade e a sede de novas experiências que tínhamos na juventude, e as dores de tantas relações mal sucedidas vão, cada vez mais, deixando marcas indeléveis. E quando e gente se dá conta percebe que nossas mentes se tornaram desconfiadas e nossos corações esfriaram...
O que fazer, então, quando duas pessoas que chegaram a esse ponto em suas vidas se encontram? Como tentar libertar uma mente em dúvida quando a sua própria te manda ter cuidado? E como pode um coração já esfriado por tantas desilusões aquecer outro nas mesmas condições?...

É engraçado que, ao escrever essas últimas palavras, lembrei-me de uma cena que, em qualquer outra circunstância, seria inteiramente mundana e sem grande importância, mas que em uma dessas incríveis coincidências da vida, resume tudo isso que eu estou tentando expressar neste texto, e de lambuja envolve as mesmas duas pessoas a quem me refiro aqui.
Nesta última terça-feira fui encontrar o homem com quem estou saindo há poucas semanas. A noite estava incomumente fria e nos pegou a todos de surpresa. A um dado momento, ele segurou minha mão e disse, “eu queria te aquecer, mas minhas mãos também estão frias...” Acontece que, embora as duas mãos estivessem frias, o proximidade delas acabou por aquecer a ambas.

Pena que não seja tão fácil assim aproximar dois corações frios...

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