DISCLAIMER
Este blog não tem pretenções literárias. Todos os textos postados aqui são produto de uma mente um tanto inquieta e, como tal, em constante busca de respostas para as inúmeras perguntas que teimam em surgir sem serem convidadas. Leitores que caírem, propositalmente ou não, nesta toca devem, portanto, abster-se de julgamentos de valor e tentar ler esses pequenos posts sem preconceitos...


quarta-feira, 1 de outubro de 2008

JANTAR


O closet parecia não ter fim, e nem as roupas, os sapatos e os acessórios dela, cada um mais lindo do que o outro. Para mim, a sensação de estar naquele lugar só poderia ser comparável à que uma criança deve sentir ao entrar pela primeira vez num parque de diversões repleto de brinquedos e atrações dos mais excitantes, mas sem poder ir a nenhum.

Ela notou que eu estava pensativa, e perguntou o que ia pela minha cabeça.

"Estava pensando como você dorme", disse.

"Muito mal", respondeu.

"Eu imaginava."

"Por quê?"

"É muita riqueza!"

"Você sabe que isso tudo pode ser seu também."

"Obrigada, mas prefiro tentar obter tudo isso sozinha."

"Mas você sabe que isso é difícil. A gente não pode conseguir tudo na vida sozinho..."

Enquanto eu pensava sobre como iria responder a isso, ela se aproximou. Eu parei de pensar.

Mais tarde, comecei a ouvir sons vindo do andar de baixo da casa, risadas, música. Alguém estava tocando piano.

"O que é isso?" eu perguntei.

"Estão dando um jantar. Vem comigo?"

"Mas não posso descer assim."

"Não tem problema..."

Quando saímos, eu olhei no espelho do quarto. A pessoa que olhou de volta pra mim era eu, mas não era. Vi uma mulher morena, vestida em um Versace estampado com girassóis multicoloridos que pareciam querer pular do vestido e dançar ao som da música que vinha lá de baixo. E ao pensar nisso, eu também comecei a sentir vontade de dançar...
"Estou pronta", eu disse.

"Vamos."

4 comentários:

Anônimo disse...

Existem muitos insones neste mundo. Não dormem, mas sonham em suas vigílias. Um candeeiro em suas cabeças, movendo, fluindo.
Beijos!
P.S. Estou com trauma de "..." e "!!!" e "?!?"...rs... Amanhã vamos definir regras a respeito de sua utilização. Sou a favor de 3. OK?

Dulce Spinelli disse...

Você tem toda razão, Kriz. E pensar que eu própria condenei o uso excessivo do bendito "..." nos textos! Sou totalmente a favor de reduzir os sinais de interjeição a três instâncias e vou fazer os devidos ajustes já!
Beijos e obrigada pelo comentário!
(Vê, usei somente três "!", haha)

Anônimo disse...

Já que estamos imersas em poesias. Mais uma de Whitman:

“A pé e de coração leve/ eu enveredo pela estrada aberta (...)/ Daqui em diante não peço mais boa sorte,/ boa sorte sou eu/ Daqui em diante não lamento mais,/ não transfiro, não careço de nada;/ nada de queixas atrás das portas,/ de bibliotecas, de tristonhas críticas; (...) Carrego ainda aqui os meus antigos fardos de delícias, (...)”.

Beijos!

Anônimo disse...

Ador�vel!