DISCLAIMER
Este blog não tem pretenções literárias. Todos os textos postados aqui são produto de uma mente um tanto inquieta e, como tal, em constante busca de respostas para as inúmeras perguntas que teimam em surgir sem serem convidadas. Leitores que caírem, propositalmente ou não, nesta toca devem, portanto, abster-se de julgamentos de valor e tentar ler esses pequenos posts sem preconceitos...


sexta-feira, 1 de agosto de 2008

CEGOS QUE, VENDO, NÃO VÊEM

"Estamos cegos, cegos que vêem, cegos que, vendo, não vêem." (Saramago)

Diana vai se casar. Pedro, seu futuro marido é alcoólatra e, quando bebe, bate nela. Mas ele a ama, ela sabe. Quando a pediu em casamento, disse que havia parado de beber. Ela acreditou. Naquela noite, bebeu só um pouquinho, para comemorar. Ainda no bar, achou que seu vizinho de mesa estava flertando com Diana, e que ela estava dando bola. Quando chegaram em casa, ela apanhou. No dia seguinte, ele pediu perdão, disse que nunca mais beberia. Ela acreditou. Agora Diana está pensando no seu vestido de noiva e em como ele será lindo. Seus pais lhe imploram que não case com Pedro. Todos sabem que ele não parou de beber, menos Diana. Não, diz ela. Pedro a ama. Eles vão se casar, ele não vai mais beber. Ela não vai mais apanhar.

Cátia e Roberto são casados há 20 anos. Têm dois filhos, uma garota de 18 anos e um rapaz de 15. Cátia é publicitária, Roberto é gerente de vendas de uma grande empresa. Ambos trabalham, ganham bem, e pelo menos uma vez por ano viajam com os filhos. Cátia e Roberto têm um casamento invejável; ambos gostam das mesmas coisas, vão ao cinema, jantam fora, curtem a vida. Seus amigos os invejam, afinal, eles têm tudo que um casal pode ter. Roberto ama Cátia e tem certeza de que ela o ama. Conversam muito, Cátia conta quase tudo a Roberto. Quase tudo - menos sobre Júlio, seu colega na agência. Cátia e Júlio são amantes há 4 anos, e se encontram religiosamente todas as semanas, nas quartas-feiras à noite, quando Roberto pensa que ela está na aula de Yoga. Já a esposa de Júlio pensa que ele está jogando tênis. Cátia e Júlio nem cogitam deixar seus respectivos cônjuges. Para quê? São felizes assim.

Lúcia conheceu César por meio de seu cunhado, Fernando, marido de sua irmã. César se interessou imediatamente por Lúcia, e Lúcia se encantou com o cavalheirismo de César. Ele é um homem como há poucos hoje, pensou. Médico de sucesso, César gosta de viver bem. Conquistou Lúcia com seu jeito carinhoso, romântico, jantares à luz de velas, flores entregues diariamente em sua casa. Em um mês, Lúcia estava apaixonada. Em dois, estavam noivos. Lúcia só estranhou uma coisa: César não queria fazer sexo com ela antes de se casarem. Dizia que, apesar de nenhum deles ser virgem, era antiquado e sempre sonhara em fazer amor com sua mulher pela primeira vez na noite de núpcias. Lúcia achou loucamente romântico, embora um tantinho peculiar. Durante os quatro meses de noivado, César continuou insistindo nisso, e Lúcia concordou. Na noite de núpcias, entretanto, César não fez amor com Lúcia. Nem na noite seguinte, nem nas próximas 40 noites. Só após ter pedido a anulação do casamento foi que ela descobriu o porquê. Hoje César e Fernando moram juntos. Finalmente conseguiram assumir seu amor, e tanto Lúcia quanto sua irmã estão sozinhas.

O que é a cegueira? Podemos confiar em nossos olhos? O que é real, e o que é falso? Talvez seja melhor não nos fazermos essas perguntas.

2 comentários:

Anônimo disse...

Bom ver algo novo no seu blog.

Eduardo disse...

É, há casos e casos. Se pudéssemos ver o fuuro as coisas poderima er melhores, mas!!!
Quem sabe e alguma Mme. Belarmina poderia usar seus poderes e orient os que sejam casar?
A Astrologia tem meios para avaliar as possibiidades de êxito de uma união