As coisas acontecem de um jeito engraçado às vezes. Fazem a gente pensar se a tal sincronicidade de que falam por aí existe mesmo ou se são tudo coincidências.
Fato é que um dia após a minha última postagem, na qual falo do meu medo das pessoas, muito mais do que de espíritos ou fantasmas, deparei-me com uma entrevista que parecia fazer eco às ideias que tinha acabado de postar aqui. O entrevistado era Tim Burton, o cineasta americano conhecido por suas imagens no mínimo bizarras e, às vezes, até meio horripilantes. E eis o que ele afirma na entrevista: "Meus pais ficavam surpresos porque eu assistia filmes de terror e não tinha medo nenhum. Nunca tive medo de vampiros ou de Frankenstein. As pessoas reais é que são assustadoras."
Continuando a ler, cheguei a uma parte na qual Tim Burton falava de sua infância. Assim como eu, ele foi uma criança esquisita, diferente das outras, sempre considerado meio doido. Deve ter sofrido muito bullying, assim como eu também sofri, antes mesmo de terem cunhado esse termo. Naquela época a gente engolia e pronto, não tinha toda essa explicação psicossocial pra esse tipo de comportamento, o consenso era de que "crianças são cruéis mesmo, fazer o quê?"
É fácil entender por que tanto o Tim quanto eu temos dificuldades para confiar nas pessoas até hoje.
Já no final da entrevista, ele confessa, " Sabe o que é estranho? É que sempre me achei normal quando era criança. Depois de um tempo, você começa a pensar que é maluco, porque todo mundo te chama assim. Aí os anos passam e você se dá conta de que eles estavam certos, você era louco, mesmo."
Será?
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