Meu amor, meu menino, meu homem, esta mensagem é para você, que provavelmente nem se lembra do endereço deste blog... Embora eu tenha te mostrado ele uma vez, e você até tenha lido o primeiro post desta minha volta à toca. Lembro que fiquei magoada, porque quando você me leu não disse nada, não ofereceu crítica nem elogio, ficou calado. Do mesmo jeito que ficou calado quando eu disse que não dava mais pra nós. Não contestou, não tentou me convencer, justo você que sempre tentava me convencer de que tanta coisa em que eu acreditava estava errada. Justo agora, que eu bem que posso estar errada. Afinal, por que outra razão eu, que terminei a relação, ia estar sofrendo tanto?... Não deveria ser o contrário, eu não deveria estar aliviada, ufa, consegui terminar uma relação que não estava dando certo, não estava nos fazendo felizes...? Mas não, tudo o que eu penso é em como sinto sua falta e como queria ter você de novo nos meus braços, na minha cama, em cima, embaixo, dentro de mim. Hoje é sexta-feira, estou sozinha e você está afogando as mágoas na vodka (pelo menos você me disse que iria sair pra beber, e eu imagino que se vai mesmo fazer isso, não vai ser com cerveja, e sim com sua bebida favorita). Daí me pego pensando, será que fiz mesmo a coisa certa?? Minha cabeça diz “Sim, não podia dar certo, vocês são diferentes demais, não têm nada em comum, iam começar a se odiar a qualquer momento!”, mas meu coração diz, “Não, sua tonta, vocês se gostam de verdade, ele te entende como ninguém, apesar das diferenças, apesar das dificuldades, por que terminou, por preconceito?” Em quem acreditar, na minha razão ou na minha emoção? Como para tantas outras questões na minha vida, também não consegui achar ainda a resposta para esta. E agora sinto você escapando de mim, e meu medo é que se um dia me decidir pela emoção seja tarde demais.
As aventuras de uma aprendiz de si mesma em busca de seu próprio País das Maravilhas
Este blog não tem pretenções literárias. Todos os textos postados aqui são produto de uma mente um tanto inquieta e, como tal, em constante busca de respostas para as inúmeras perguntas que teimam em surgir sem serem convidadas. Leitores que caírem, propositalmente ou não, nesta toca devem, portanto, abster-se de julgamentos de valor e tentar ler esses pequenos posts sem preconceitos...
sexta-feira, 20 de abril de 2012
Mensagem para quem não me lê - parte II
quinta-feira, 19 de abril de 2012
Sessões das segundas-feiras
Faz bem pouco tempo que retomei essas sessões, que antes eram às quartas-feiras, agora são às segundas-feiras; antes eram cedinho, quando meu dia ainda estava começando e eu me preparando pra correria do trabalho, agora são no final do dia, quando eu já estou cansada e pronta pra ir pra casa, cair no meu sofá e relaxar. Antes disso, entretanto, dirijo-me ao bairro de Moema. Subo ao 60 andar, sempre com alguma apreensão, alguma ansiedade: sei como estou entrando, mas como será que vou sair, daqui a uma hora? A única certeza que tenho é que não sairei igual. Daqui a curtos 60 minutos eu já serei um pouquinho diferente.
Ela abre a porta, e nunca esquece de me oferecer algo, um café, uma água de coco, sempre a mesma gentileza, o mesmo cuidado. E é com esse mesmo cuidado que me convida a entrar, me faz sentir acolhida, como se a separação não tivesse sido longa – mais de três anos – e, quando entro na sala, que nem é a mesma de antes, mas continua elegante e confortável, eu me pego pensando: “ainda bem que voltei!”
Minhas sessões das segundas-feiras são curtas, às vezes difíceis, às vezes até doídas, mas sempre, sem exceção, transformadoras. E, enquanto eu saio da sala, desço no elevador e saio do prédio, não posso deixar de pensar em como tenho sorte de ter esses encontros semanais com essa pessoa tão rara, tão sensível e tão essencial a essa que é, certamente, a minha mais importante missão, e que deveria ser a mais importante missão na vida de todos nós: desvendarmos o mistério que somos, em busca de uma vida mais plena.
(Para Sônia e Anônimo)